Você sabe porquê os psicólogos são maioria no trabalho com Orientação de Carreira?
A orientação vocacional (nome que era utilizado) existe desde a década de 1920, mas foi somente na década de 1960 que a psicologia foi reconhecida como profissão legalmente constituída. Então, quem fazia orientação vocacional antes disso? É isso que vou te explicar.
O trabalho de OV no Brasil começa com um foco educacional, com a finalidade de apoiar os adolescentes a escolherem uma profissão. Esse trabalho era, na grande maioria dos casos, feito nas escolas. Por isso mesmo, a maioria dos orientadores eram pedagogos.
Pensem que, nessa época, os adultos não mudavam de profissão. Lembram que as pessoas nas décadas de 30, 40 e 50 se aposentavam fazendo a vida inteira a mesma coisa? Por isso, ainda não existia Orientação de Carreira.
Na década de 1960, com a psicologia reconhecida como profissão legalmente constituída, passa a ser exclusivamente do psicólogo a responsabilidade de aplicar testes psicológicos. Como nessa época o processo de OV era essencialmente conduzido através da aplicação de testes, o psicólogo assume o domínio da área.
Mas o paradigma vocacional é substituído na década de 70. Evoluímos percebendo que a escolha profissional é atravessada por diversos outros fatores, que não só os individuais tais como: influência da família e mercado de trabalho. Por isso, o nome do processo passa a ser Orientação Profissional. Então, os testes passam a ser uma PARTE do processo, não ele todo. É justamente nesse momento que se abre a possibilidade de novos profissionais atuarem na área de OP.
Você deve estar se perguntando: “Mas, aonde entra a Orientação de Carreira?” Chegou agora!
Na década de 90, com a globalização, internet e outros eventos acabou a estabilidade. Em um dia, a fábrica estava nos EUA, no mês seguinte todo mundo era demitido e a fábrica estava na Índia. Lembram? Essa instabilidade se refletiu, inclusive, nas carreiras que deixaram de ser vistas como uma única pista para serem vistas como um mar de possibilidades. Surge assim a demanda de apoiar os adultos a reverem suas escolhas e repensarem as carreiras, tomando várias decisões ao longo da vida. Aí sim, surge o processo de Orientação de Carreira.
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