“Não é o mundo que nos contraria e machuca, mas o conteúdo de nossa mente. Esse é o entendimento do The Work, técnica de autoquestionamento que transforma o olhar para a realidade”, escreveu Raphaela de Campos Mello no artigo que você pode ler na íntegra clicando aqui.
As crenças negativas são pensamentos que nos limitam, que podem causar sofrimento e nos prejudicar nas nossas relações. Por isso é importante que fiquemos atentos o tempo todo aos nossos pensamentos, permanecendo alerta para crenças tais como “eu não consigo”, “eu não posso” ou “eu não tenho capacidade para”.
Ao invés de tomar esse tipo de pensamento como verdade absoluta, Ariana Schlösser apresenta uma técnica chamada de The Work, técnica de autoindagação criada pela americana Byron Katie, que ajuda a identificar, questionar e desconstruir pensamentos negativos e crenças limitantes.
A seguir, Ariana explica como fazer bom uso dessa ferramenta.
Etapa 1: Escreva o pensamento estressante. Um por vez. Por exemplo: “Paulo deveria me entender”. Agora deixe a sua mente fazer as quatro perguntas-chave do método contemplando cada uma sem pressa. Mergulhe em si mesmo e espere que as respostas mais profundas aflorem. Deixe de fora o “mas”, o “porque” ou o “e”. Simplesmente responda, sem tentar se justificar ou se defender:
- Isso é verdade? Reflita: é verdade que ele deveria entender você?
- Você pode saber com absoluta certeza que isso é verdade?
Você pode realmente saber o que ele deveria ou não deveria entender? Pode absolutamente saber o que é o melhor para Paulo: entender ou deixar de fazê-lo? O termo “absolutamente” – que significa 100% de certeza – muda tudo. Essa condição vai devagar abrindo espaço na mente para possibilidades até então ignoradas em consequência, o ego começa a se sentir muito ameaçado nesse estágio. Siga se observando.
- Como você reage ou o que acontece quando você acredita nesse pensamento?
Observe suas reações. Você experimenta raiva, estresse, frustração? Você lança para Paulo “aquele olhar”? Tenta mudá-lo de alguma maneira? Como você sente essas reações?
- Quem você seria sem esse pensamento?
Imagine-se na presença de Paulo, cuja compreensão você tanto almeja. Imagine-se olhando para ele, só por um momento, sem pensar: “Quero que ele me entenda”. O que você vê? Como seria sua vida sem esse pensamento? Como você poderia estar presente e aberto para ele e para si mesmo nesse momento? O que você faria de diferente?
Etapa 2: Após o registro das quatro respostas, inicia-se a etapa da inversão. As inversões são a oportunidade de considerar o oposto daquilo que você acredita ser verdade. Podemos inverter o pensamento “Paulo deveria me entender” da seguinte forma:
- Paulo não deveria me entender | Reflita: essa não é a realidade, às vezes?
- Eu deveria me entender | Reflita: esse é o meu trabalho, não o dele.
- Eu deveria entender Paulo | Reflita: sou capaz de entender que ele não me entende?
Permita-se explorar ao máximo as inversões. Para cada uma, pergunte-se em qual grau isso é verdadeiro. Você pode encontrar exemplos específicos na sua vida onde a inversão é mais ou menos verdadeira? Mantenha sempre a intenção de expandir o olhar sobre as situações, as pessoas e os próprios sentimentos. Não se trata de sentir culpa, e sim de descobrir alternativas e dar novos significados aos seus pensamentos, transformando crenças limitantes em crenças fortalecedoras.